Entrevista ao Presidente da Junta da Freguesia de Gagos


Entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Gagos

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António Manuel Gonçalves Santos
J.A.- No nosso país tem vindo a aumentar a percentagem de desemprego, ano após ano. Solicitamos o vosso parecer sobre este assunto e qual as consequências nessa freguesia?
P.J.-Sendo Gagos uma freguesia essencialmente rural da beira interior, também sofre com o desemprego, uma vez que a nossa população vive da actividade profissional fora da freguesia e não havendo postos de trabalho as consequências são cada vez mais desastrosas no que se refere a empregos. Quanto mais desemprego houver, maiores são as carências da população.
J.A.- Qual a sua opinião sobre a crise que estamos a viver?
P.J.-As consequências do orçamento de estado atingem indirectamente as freguesias se houver redução do fundo de financiamento das freguesias e, se por outra via, reduzir verbas às Câmaras Municipais. Precisamos de uma reforma a sério na organização da gestão territorial autárquica, pois só assim haverá um acompanhamento das exigências do século XXI. É preciso curar esta “doença”, colectiva fazendo ruptura mais profunda.
J.A.- Com o aumento de impostos, quais as consequências poderão advir daí, na sua freguesia?
P.J.-Com a escassez de postos de trabalho e aumento dos impostos, as famílias terão graves dificuldades em fazer face ao cumprimento das suas obrigações, tanto na questão de habitação, educação, e bens essenciais, enfraquecendo cada vez mais a população.
J.A.- Com o aumento de impostos, quais as consequências poderão advir daí, na sua freguesia?
P.J.-Sobre o assunto entendo que acima de tudo há falta de respeito e a educação não se aprende apenas nas escolas, mas sim no seio familiar. Não se pode culpabilizar só os alunos ou só os professores. É essencial que haja mais diálogo e averiguar situações de risco que poderão levar a estes distúrbios. O apoio às escolas por parte da polícia “Escola Segura”, no concerne a iniciativas de sessões de esclarecimento e colóquios à comunidades escolar é essencial para identificar e participar ocorrências desta natureza
J.A.- Além dos problemas provenientes destas situações, quais os que considera que necessitam de maior intervenção na Freguesia?
P.J.-Considero que o apoio à terceira idade é essencial, uma vez que são estas pessoas as mais visadas devido ao isolamento a que estão sujeitas e logo, mais vulneráveis a situações de roubo e agressões.
Na questão da segurança considero que quem faz o mal, não respeita regras, provoca danos, quer materiais quer pessoais, é violento. Quem rouba deveria ser punido. As pessoas têm que ser responsáveis pelos actos que praticam e muitas delas praticam crimes e não lhes acontece nada. Ultimamente, tem-se verificado. em muitos lados, que populares agem por conta própria em sua própria defesa. Infelizmente, a Justiça funciona ainda muito lentamente e nem sempre actua na hora exacta. É preocupante…
J.A.- Quais as perspectivas que tem para o futuro da freguesia?
P.J.-Vamos continuar a trabalhar para dotar a Freguesia de infra-estruturas e condições para uma melhor qualidade de vida para, deste modo, permitir que os jovens se fixem na Freguesia, e para que não continue o despovoamento como tem vindo a acontecer.
J.A.- Qual o seu grande projecto que tem para a autarquia? 
P.J.-O que é prioritário neste momento na Freguesia são: A pavimentação das Ruas que ainda se encontram em terra 
Darmos melhores condições de mobilidade ás pessoas que nestas mesmas ruas habitam. 
É muito importante que a Junta esteja próximo da população, consiga resolver os seus problemas e que honre e represente com dignidade a freguesia, potenciando o seu desenvolvimento sustentável.
J.A.- Qual a situação financeira da autarquia?
P.J.-Sendo uma Freguesia que não tem receitas próprias de investimentos, sujeitamo-nos às verbas do Fundo Financiamento de Freguesia e da Câmara Municipal.
A situação financeira da Freguesia, não tem divida. Não quer dizer que as verbas que lhe são atribuídas dêem para realizar obras de grande envergadura, uma vez que a atribuição do fundo de financiamento de freguesias é um montante que pouco supera as despesas fixas da Freguesia. Para realizarmos alguns trabalhos de limpeza entre outros que vão surgindo e que são de interesse para a população. Destaco que fazemos todo este trabalho entre outros devido a uma boa organização, articulação de trabalhos e com algumas parcerias que “levamos a água ao nosso moinho”.
J.A.- Qual o apoio que a autarquia recebe da Câmara Municipal?
P.J.-O apoio que recebemos da Autarquia da Guarda é o possível, mas não o desejado. Uma vez que é o acordado através de protocolos, mas o apoio é bastante importante para a evolução da freguesia. Pena é que financeiramente chega muito tarde e as obras não se podem realizar com a brevidade que gostaríamos, no entanto a coordenação institucional de todas as obras e delegações são óptimas, sabendo-se que nem sempre são fáceis as decisões de parte a parte.
J.A.- Qual o envolvimento da população nos projectos da autarquia?
P.J.-Nos tempos que correm não podemos pedir muito à população. Mas até agora, a população tem marcado presença nos eventos que a Freguesia tem organizado e colabora dentro das suas possibilidades.
J.A.- Alguma mensagem que queira deixar aos seus fregueses?
P.J.-Tudo farei para que se orgulhem da freguesia onde nasceram ou onde agora residem, dotando a Freguesia de mais e melhores infra-estruturas e de melhor qualidade de vida, será um processo demorado devido a crise que assola o pais e que nos afectos também, a mensagem que quero deixar, ela resume-se a um pedido esperança. Podem sempre contar com a ajuda e apoio da Junta de Freguesia para o que necessitarem.
J.A.- Se alguma questão não lhe foi colocada e que queira destacar, esteja à vontade para o fazer.
P.J.-A Freguesia de Gagos, pertence ao Concelho e Distrito da Guarda, É uma Freguesia rural com 8,39 Km2 de área. Aldeia onde nasceu o Cardeal D. José Saraiva Martins Cardeal português e prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos.
J.A.-Não querendo entrar na sua privacidade, e, sabendo nós, que a vida de autarca é bastante abrangente e nem sempre compreendida, onde fica a família no meio disto tudo?
P.J.-Tenho uma família fantástica, sem ela e a sua forma de compreender esta minha actividade eu não poderia exercer este cargo. Confesso quando assumi, não sabia que era tão trabalhoso nem tão absorvente, tornando-se quase numa paixão. Obrigado a eles.
J.A.- Por último, já visitou o nosso jornal “Jornal das Autarquias” on-line? 
Se não visitou, solicitamos que o faça em “www.jornaldasautarquias.com”. e opine sobre ele. 
P.J.-Confesso que não conhecia o Jornal das Autarquias – on-line, Mas, reconheço a sua importância nas várias valências desenvolvidas e em particular relacionadas com as Autarquias. Faço votos da sua continuação e espero visitar mais vezes, podendo, se possível, contribuir com alguns apontamentos ou sugestões.
Os meus parabéns por divulgarem os trabalhos dos nossos autarcas, em especial Juntas de Freguesia, na maioria dos casos estão para servir a comunidade. Por isso, felicito-vos e desejo os maiores êxitos a todos os autarcas do nosso País.